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25.4.04

Ninguém se importa
(versão 657a - série "porque morremos, senhor?"")
O ministro sudanês dos Negócios Estrangeiros, Mustafa Osman Ismail, saudou a gentileza manifestada pela Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos ao não condenar o seu Governo pelos alegados abusos que tem vindo a cometer na perseguição aos rebeldes que actuam na região de Darfur. O texto foi aprovado por 50 dos 53 países que fazem parte da Comissão (os EUA votaram contra e os outros 2 abstiveram-se).
Enquanto as autoridades de Cartum (capital do Sudão) cantam vitória pelo aval das matanças que têm vindo a perpetrar, os Repórteres sem Fronteiras dizem que houve "um naufrágio" e "um insulto à memória de Sérgio Vieira de Mello", que pretendia uma ONU mais actuante na defesa dos direitos humanos.
O regime de Omar Hassan Al-Bashir permite a conduta sangrenta das milícias tribais árabes Jenjawid porque estas o ajudam a combater o Movimento para a Justiça e a Igualdade e o Movimento de Libertação do Sudão, os dois grupos rebeldes que actuam entre os perto de cinco milhões de habitantes do Darfur.
A guerra civil sudanesa nas duas últimas décadas já vitimou pelo menos dois milhões de pessoas. Só nos últimos 14 meses morreram 10 mil pessoas e mais de 800 mil tiveram de abandonar as suas casas.
O regime sudanês e as milícias que com ele colaboram têm vindo a ser acusados de uma campanha de limpeza étnica e de destruição de aldeias, numa política de terra queimada devido à qual a situação alimentar se está a tornar alarmante, conforme ainda há dias contou ao jornal "Libération" a enfermeira Coralie Lechelle, dos Médicos Sem Fronteiras.

O nome das jenjawids nem sequer é mencionado na "declaração do presidente" (a Comissão é presidida australiano Mike Smith).

O projecto de resolução inicial falava de "ataques sistemáticos contra os civis", de "despovoamento forçado de zonas inteiras" e de "expulsão pela força das comunidades fur, zaghawa e massalit das suas aldeias". E o texto final limita-se a dizer que a comissão "partilha a preocupação do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, quanto à amplitude das informações que dão conta de violações dos direitos humanos e da situação humanitária no Darfur".

Conclusão: os europeus acabaram por se submeter aos ditames do Terceiro Mundo. Deixai-os morrer lá longe...

(replagiado do jornal Público)
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20.4.04

Lapidação
(versão 647a - série "porque morremos, senhor?"")
O Supremo Tribunal da Nigéria ratificou a condenação à morte de Amina Lawal por lapidação.
Apenas adiaram a sentença em virtude de ainda estar a amamentar o seu filho.
Depois será enterrada até ao pescoço e, em seguida, apedrejada, a menos que um dilúvio de e-mails repudiando a condenação faça com que as autoridades nigerianas voltem atrás na decisão.
Através de uma campanha de assinaturas como esta salvou-se uma outra mulher na mesma situação: Safiya Hussaini. Não se perde nada, mas ganha-se no sentido humanitário. Não duvidem e façam-no por favor. Safiya também seria lapidada porque teve um filho depois de divorciada. A Amnistia Internacional pediu apoio através da sua página web.
Parece que receberam menos assinaturas desta vez.
VÃO LAPIDAR OUTRA MULHER NA NIGÉRIA e desta vez reuniram-se poucas assinaturas.
NAO CUSTA NADA: BASTA CLICAR AQUI e assinar.
A carta dirigida ao Presidente da Nigéria já está feita.

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18.4.04

O terror é a linguagem do século XXI
(versão 644a - série "iliterato")

Paulo Moura entrevistou (para a revista Pública) Omar Bakri Mohammed, Líder do "Londonistão" e Teórico da Al-Qaeda na Europa.
De seguida ofereço-lhe alguns excertos da entrevista:
Para ler aqui (obrigatório fazê-lo para melhor contextualizar as "frases" apresentadas)

"[...]
ainda hei-de ver a bandeira do Islão sobre o número 10 de Downing Street.

Deus diz: Pensam que vos criei para nada? Eu criei-vos com um propósito. Para se submeterem. Para obedecerem ao meu comando. Se o fizerem têm garantido o paraíso. Se não, espera-vos o fogo do Inferno. É simples.

Eu não aceito nenhuma lei feita pelo homem. Todos os muçulmanos estão proibidos de obedecer a leis feitas pelo homem. Quem segue a lei divina nunca tem confusão.

O darwinismo: eu acredito que o Homem foi criado por Deus...

O terrorismo é a lei do século XXI. É legítimo.

Nós não fazemos a distinção entre civis e não civis, inocentes e não inocentes. Apenas entre muçulmanos e descrentes. E a vida de um descrente não tem qualquer valor. Não tem santidade.

Quando os descrentes estão vivos, guia-os, persuade-os, faz o teu melhor. Mas quando morrem, não tenhas pena deles, nem que seja o teu pai ou mãe, porque o fogo do Inferno é o único lugar para eles.

nós não somos hipócritas. Não dizemos: "Desculpem, foi engano". Dizemos: "Vocês mereceram". Assumimos que o objectivo é matar o maior número de pessoas, para provocar o terror.

O terror é a linguagem do século XXI. Se quero alguma coisa, aterrorizo-te, para o conseguir. É o "tempo dos assassinos", está previsto no texto divino.

Maomé disse: "eu sou o profeta da misericórdia". Mas também disse: "Eu sou o profeta do massacre". A palavra "terrorismo" não é nova entre os muçulmanos. Maomé disse mais: "Eu sou o profeta que ri quando mata o seu inimigo". Não é portanto apenas uma questão de matar. É rir quando se está a matar.

É uma honra. Não me associam a dançarinas do ventre nem a homossexuais, mas às melhores pessoas que jamais existiram na Terra (depois do profeta e seus companheiros): os membros da Al-Qaeda.

O 11 de Setembro fez os muçulmanos compreenderem que têm poder, que o renascimento do Islão é irreversível. Começou um novo capítulo da História. Por isso nós, os salafistas-jihadistas, iniciámos desde essa data um novo calendário. Estamos agora no ano três da era da Al-Qaeda.

Pergunta: O que pretende a Al-Qaeda?

Resposta: O terror. Estão empenhados numa jihad defensiva, contra os que atacaram o Islão. E a longo prazo querem restabelecer o estado islâmico, o califado. E converter o mundo inteiro.
[...].
Leia a entrevista completa
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17.4.04

Terror
(versão 638a - série "artes")

Um projecto israelo-palestiniano de
Aissa Deebi e Yuval Shaul

Veja a hibridação facial computadorizada a que os artistas recorreram para dizer que somos todos iguais (principalmente depois de mortos, digo eu) 28 dead people, Grandpa, Grandma, Daddy, Mummy, Son, Daughter and Baby

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9.4.04

Holocausto


(versão 613a - série "porque morremos, senhor?")

Vala comum: extermínio no campo de Belsen.
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