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30.9.03

Perto
(versão 97a – série “porque morremos, senhor?”)
Na rua, a carteira que não é precisa, o carro de mão e às vezes o de linhas, a roupa (?) usada... muito, ilustres mendigos que peroram pelas esquinas do país... donas sem casa, com cordas ao pescoço que a forca é fraca, sopa dos pobres assim como o resto, restos... filhos adoptados... a quem os pais agora chamam, lágrimas aos netos pelas filhas que não são crianças, nunca foram, beijos furtados que o amor não é grátis, vícios de corpo cheio... de nada, pestilento o cheiro que nos lembra que existem, ainda! Esperança engarrafada que se esvazia em tragos de esquecimento, interdita a felicidade! Encontra tudo isto num ser perto de si.
E porquê?
Porque nem todos morremos, senhor! Ainda...

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27.9.03

A tia da quinta e de todos os dias
(versão 96a – série “porque morremos, senhor?”)
Relógios vulgares, carteiristas, guisos, doces e marmelada... alfas, betas e dedras, Romeus e Julietas antigos, D. Mercedes e C.ª, vulva de 60cm!!, audimetrias na A8 (já existe?)... roupa grande, e vês Santos Lourenços, ver saias, barroco rouco, Roberto a cavalo... lustres com advogados, maqueiros, desaconselha-se, nórdicos... donas sem casa com jóias e tulipas da Holanda, netos no Royal School of Fine Arts, Butanês?, Escola Marquesa, alhos... comprimentos a um só aperto, putos fedorentos, criados cardados, interdito a todos! Não encontra nada na quinta da tia. E porquê? Porque nem todos nascemos! Uma boa parte, e ainda bem, nasce senhora! Os restantes são paridos!
Ufa!
(Snifado do Impuro e dedicado à passarinha | 23-09-2003)

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22.9.03

A quinta da tia
(versão 94a – série “porque morremos, senhor?”)
Relógios Bulgari, Cartier, Gucci, D&G... Alfa Romeu antigo, Mercedes slk, Volvo S60, Audi A8... roupa Gant, Yves Saint Laurent, Versage, Rocco Barocco, Roberto Cavali... ilustres Advogados, Banqueiros, Conselheiros, Médicos... donas de casa com jóias do Rosas da Póvoa, netos no colégio Alemão, Inglês, Escola Francesa, Cedros... cumprimentos a um só beijo, charutos fedorentos, criados fardados, interdito a crianças! Encontra tudo isto na quinta da tia. E porquê? Porque nem todos nascemos, senhores!
(Snifado do comentário Susana | 21-09-2003)

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18.9.03

A loja da fétima
(versão 78a – série “porque morremos, senhor?”)
Barracas, relicários, sandes, bases de copos ou para eles, imagens, ícones, oliveiras, velas, terços, marias, promessas, canecas, fêveras, e mais um fino que lá para baixo que são mais finos o promoveram a imperial, hóstias com diversos sabores, procissões, lápis, tapete para o rato, pin, josés, amor de mãe tatuado no braço, piercing, batina, confissão, almoçar, tasquinhas, defecar, excursão, amendoins e tremoços, postais ilustrados mas benzidos, pés, joelhos... ensanguentados, esmolas...
Três pensos pelo preço de um!, cruz vermelha.
Encontra tudo isto na loja da fétima. E porquê? Porque nascemos, senhores!

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5.9.03

Vara
(versão 59b - série "porque morremos, senhor?")
Após a bem-aventurada travessia, desembarcaram no país dos Oinks e mal Jesusto descera da sua jangada de sara o mago, veio ao seu encontro um homem que só podia estar possuído por um espírito malfazejo, homem esse que ninguém conseguira dominar nem mesmo com a atribuição do subsídio de refeição, e as muitas vezes que estivera houdinizado (acorrentado por tudo quanto era lado) facilmente se havia desembaraçado do autor náufrago.
Houve até quem o tivesse classificado com Excelente na avaliação do seu desempenho e confortado com aumento zero, mas mesmo assim...
Este natural do país dos Oinks recreava-se dia e também noite pelas montanhas tendo por cama as covas para as quais iria...
Punha-se aos gritos e auto-pedragelava-se com as desditas provenientes das covas uterinas que os muitos eremitas que por ali passavam dispensavam (mas o que lhe ia valendo era a sua pouca pontaria).
Ao ver Jesusto, de longe, correu para ele e logo se o pôs a adorar, megafonando: Que vês tu em mim, Jesusto, filho de Aimeudedeus? Suplico-te, para que não me atormentes! É bastante já o que me descontam.
Isto porque Jesusto dirigindo-se-lhe vociferara: espírito malfazejo, abandona esse homem! Para lhe perguntar de seguida: como te chamas?
Ao que o montanhês lhe respondeu: Legião, porque sou muitos.
Passeando-se por ali uma grande vara (de prosélitos porcos, pois!) logo se fizeram ouvir os espíritos malfazejos junto de Jesusto: clona-nos, pois seremos uns dignos suínos. E abençoados por Jesusto abandonaram o possesso e emporcalharam-se; todos eles desataram a correr impetuosamente colina abaixo dando-se a prostituir a troco de muito pouco e os mais impuros mesmo a troco de praticamente nada.
(Snifado do comentário Linkmaniac de 25-07-2003)

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2.9.03

Vontade
(versão 56d – série “pensamentOcioso”)
Quando dei por ela estava lá, como se não tivesse saído!
Já todos tinham ido embora? Ou acabavam de regressar...
Vontade de férias depois de as gozar
... pela sensação de não ter partido para longe de todos durante o tempo (in)suficiente
parecemos ter permanecido juntos. Saudades? Não!

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