30.5.04
Decapitações
(versão 733a - série "porque morremos, senhor?")
Boxers chineses são decapitados sob a supervisão de forças ocidentais
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(versão 733a - série "porque morremos, senhor?")
Na impossibilidade de publicar uma das 100 Imagens do século XX, a foto que testemunha a "barbárie amarela" na China de 1900, recorro a uma outra que ilustra a mesmíssima cena com a vantagem de nesta figurarem os ocidentais que na maior parte das outras não aparecem e que também participaram nas execuções dos Boxers.
A Revolta dos Boxers (alcunha inglesa que advém do facto dos membros desta sociedade secreta serem praticantes de artes marciais) foi a primeira revolta anti colonial do século XX e cujo objectivo era expulsar as potências estrangeiras que sugavam o Império do Meio. O ódio contra os invasores brancos radicalizou-se - assassínio de missionários e chineses convertidos ao cristianismo - tendo culminado com o cerco e ataque ao bairro diplomático em Pequim (com a complacência das tropas imperiais).
Após o assassinato do ministro alemão (barão von Ketteler) as potências estrangeiras, entre elas o Japão, unem-se para reprimirem a rebelião: durante a repressão milhares de Boxers são decapitados. O processo de colonização não foi posto em causa e havia consenso quanto à necessidade de vingar a humilhação (data desta altura e a partir das imagens racistas sobre os chineses uma campanha muito oportunamente levada a cabo na Europa para recolha de fundos destinados a combater uma eventual nova revolta anti colonial - em África).
A Revolta dos Boxers (alcunha inglesa que advém do facto dos membros desta sociedade secreta serem praticantes de artes marciais) foi a primeira revolta anti colonial do século XX e cujo objectivo era expulsar as potências estrangeiras que sugavam o Império do Meio. O ódio contra os invasores brancos radicalizou-se - assassínio de missionários e chineses convertidos ao cristianismo - tendo culminado com o cerco e ataque ao bairro diplomático em Pequim (com a complacência das tropas imperiais).
Após o assassinato do ministro alemão (barão von Ketteler) as potências estrangeiras, entre elas o Japão, unem-se para reprimirem a rebelião: durante a repressão milhares de Boxers são decapitados. O processo de colonização não foi posto em causa e havia consenso quanto à necessidade de vingar a humilhação (data desta altura e a partir das imagens racistas sobre os chineses uma campanha muito oportunamente levada a cabo na Europa para recolha de fundos destinados a combater uma eventual nova revolta anti colonial - em África).
Boxers chineses são decapitados sob a supervisão de forças ocidentais
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23.5.04
Nem só o terrorismo
(versão 718b - série "porque morremos, senhor?"")
Ao lado do World Trade Center em chamas, segundos depois dele ter sido atingida pelo avião, temos a frase "2823 mortos".
A criança de rua muito magra e cabisbaixa recorda-nos que existe "1 bilião de subnutridos no mundo".
Em baixo as frases:
"O mundo unido contra o terrorismo. Devia fazer o mesmo contra a fome".
Campanha realizada para a revista MTV (pela qual a empresa age. recebeu um Leão de Bronze no Festival Internacional de Publicidade de Cannes do ano passado) que utiliza o atentado de 11 de Setembro para lembrar que o terrorismo não é o único problema com o qual a humanidade deve se preocupar.
(replagiado sugerido pelo Pocti Júnior)
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(versão 718b - série "porque morremos, senhor?"")
Ao lado do World Trade Center em chamas, segundos depois dele ter sido atingida pelo avião, temos a frase "2823 mortos".
A criança de rua muito magra e cabisbaixa recorda-nos que existe "1 bilião de subnutridos no mundo".
Em baixo as frases:
"O mundo unido contra o terrorismo. Devia fazer o mesmo contra a fome".
Campanha realizada para a revista MTV (pela qual a empresa age. recebeu um Leão de Bronze no Festival Internacional de Publicidade de Cannes do ano passado) que utiliza o atentado de 11 de Setembro para lembrar que o terrorismo não é o único problema com o qual a humanidade deve se preocupar.
(replagiado sugerido pelo Pocti Júnior)
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20.5.04
Nem só o terrorismo
(versão 708a - série "porque morremos, senhor?"")
Ao lado do World Trade Center em chamas, segundos depois dele ter sido atingida pelo avião, temos a frase "2823 mortos".
Em primeiro plano, vemos um homem que segura uma placa onde se lê "HIV+ Please help me".
Ao lado do mendigo, temos a frase "36 milhões de infectados. O mundo unido contra o terrorismo. Devia fazer o mesmo contra a SIDA".
Campanha realizada para a revista MTV (pela qual a empresa age. recebeu um Leão de Bronze no Festival Internacional de Publicidade de Cannes do ano passado) que utiliza o atentado de 11 de Setembro para lembrar que o terrorismo não é o único problema com o qual a humanidade deve se preocupar.
(replagiado sugerido pelo Pocti Júnior)
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(versão 708a - série "porque morremos, senhor?"")
Ao lado do World Trade Center em chamas, segundos depois dele ter sido atingida pelo avião, temos a frase "2823 mortos".
Em primeiro plano, vemos um homem que segura uma placa onde se lê "HIV+ Please help me".
Ao lado do mendigo, temos a frase "36 milhões de infectados. O mundo unido contra o terrorismo. Devia fazer o mesmo contra a SIDA".
Campanha realizada para a revista MTV (pela qual a empresa age. recebeu um Leão de Bronze no Festival Internacional de Publicidade de Cannes do ano passado) que utiliza o atentado de 11 de Setembro para lembrar que o terrorismo não é o único problema com o qual a humanidade deve se preocupar.
(replagiado sugerido pelo Pocti Júnior)
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15.5.04
deveria?
(versão 695a - série "porque morremos, senhor?"")
…abster-me de retratar o indizível?
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(versão 695a - série "porque morremos, senhor?"")
Não deveria ser publicada nenhuma imagem sobre a decapitação do norte-americano Nick Berg?
Deveriam os "media" abster-se de evidenciar o terror pelo terror com o recurso a imagens?
Deveria eu próprio...
Deveriam os "media" abster-se de evidenciar o terror pelo terror com o recurso a imagens?
Deveria eu próprio...
…abster-me de retratar o indizível?
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5.5.04
Crimes de honra
(versão 678a - série "porque morremos, senhor?")
Uma mulher foi morta à punhalada porque queria continuar a estudar e recusou-se a casar com o homem escolhido pela sua família.
Uma mulher foi morta com cinco balas porque fugiu do marido, que a espancava e violava continuamente.
Uma mulher foi estrangulada na noite do seu casamento quando o marido descobriu que não era virgem.
Uma mulher foi degolada porque o seu marido suspeitava que tinha cometido adultério: tinha-a visto falar com um outro homem da sua comunidade.
Uma menina foi golpeada até à morte por um dos irmãos mais novos porque o irmão mais velho tinha-a violado.
Estas mulheres não têm a quem recorrer. Não há refúgios para mulheres na Jordânia. Somente nas prisões estatais as mulheres se encontram em segurança; protegem-se das suas próprias famílias. Paradoxalmente, só podem ser libertadas por um familiar varão.
Estes homicídios baseiam-se num único e singelo princípio: a mulher é propriedade da sua família. Se a virtude duma mulher é questionada, não importa o motivo, ou se se recusa a obedecer ao pai, marido ou irmão, crê-se que "a honra" da sua família cai em desgraça pelo que a mulher deve ser morta por um familiar varão a fim de restabelecer a boa reputação da família entre a comunidade.
Todos os anos, pelo menos 5000 mulheres e crianças são vítimas dos "homicídios de honra" em países como o Bangladesh, Brasil, Equador, Egipto, Índia, Israel, Itália, Jordânia, Marrocos, Paquistão, Suécia, Turquia, Uganda e Reino Unido.
Em muitos destes países, os assassinatos têm aprovação social pelo que os assassinos recebem uma condenação leve. Na Jordânia, os "crimes de honra" também têm aprovação legal. O Artigo 340 do seu Código Penal prevê excepção de pena quando um homem mata a sua mulher. Prevê uma atenuação da pena se mata a sua mulher ou uma mulher da sua família se a encontra "com outro numa cama ilegal".
Eles recebem um castigo ridículo: três meses em prisões onde são tratados como heróis.
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(versão 678a - série "porque morremos, senhor?")
Uma mulher foi morta à punhalada porque queria continuar a estudar e recusou-se a casar com o homem escolhido pela sua família.Uma mulher foi morta com cinco balas porque fugiu do marido, que a espancava e violava continuamente.
Uma mulher foi estrangulada na noite do seu casamento quando o marido descobriu que não era virgem.
Uma mulher foi degolada porque o seu marido suspeitava que tinha cometido adultério: tinha-a visto falar com um outro homem da sua comunidade.
Uma menina foi golpeada até à morte por um dos irmãos mais novos porque o irmão mais velho tinha-a violado.
Estas mulheres não têm a quem recorrer. Não há refúgios para mulheres na Jordânia. Somente nas prisões estatais as mulheres se encontram em segurança; protegem-se das suas próprias famílias. Paradoxalmente, só podem ser libertadas por um familiar varão.
Estes homicídios baseiam-se num único e singelo princípio: a mulher é propriedade da sua família. Se a virtude duma mulher é questionada, não importa o motivo, ou se se recusa a obedecer ao pai, marido ou irmão, crê-se que "a honra" da sua família cai em desgraça pelo que a mulher deve ser morta por um familiar varão a fim de restabelecer a boa reputação da família entre a comunidade.Todos os anos, pelo menos 5000 mulheres e crianças são vítimas dos "homicídios de honra" em países como o Bangladesh, Brasil, Equador, Egipto, Índia, Israel, Itália, Jordânia, Marrocos, Paquistão, Suécia, Turquia, Uganda e Reino Unido.
Em muitos destes países, os assassinatos têm aprovação social pelo que os assassinos recebem uma condenação leve. Na Jordânia, os "crimes de honra" também têm aprovação legal. O Artigo 340 do seu Código Penal prevê excepção de pena quando um homem mata a sua mulher. Prevê uma atenuação da pena se mata a sua mulher ou uma mulher da sua família se a encontra "com outro numa cama ilegal".
Eles recebem um castigo ridículo: três meses em prisões onde são tratados como heróis.
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